segunda-feira, 27 de maio de 2013


Numa tarde de sábado .....

Da árvore que agoniza , corujas observam o hoje asfalto, que outrora fora mar. Para elas só restou o cepo. 
 

 

 
 
 
 Como que ensaiando, um anônimo pedala, onde amanhã  estarão   homens e mulheres,  desafiando seus limites,  se pondo a prova, e medindo sua capacidade de resistir. Seres  feitos de “ferro”.
 
 
  A poucos metros , homens simples,  tiram seu sustento  executando  uma tarefa  rudimentar da atividade humana, a cata do berbigão. A mesma que,  provavelmente, Dias Velho presenciou os indígenas realizarem  ao aportar nesta ilha, a qual chamou Nossa Senhora do Desterro.

                Do outro lado, máquinas trabalham em ritmo acelerado, duplicando estradas, construindo acessos, com o intuito de destravar o trânsito, que irracionalmente o homem fez assim, colocando em risco a existência das corujas, a sobrevivência dos catadores, em nome do progresso. Inexoravelmente isto vai acontecer e todos ficarão satisfeitos, livres das intermináveis filas.


 
              



 

Do lado de cá, estamos nós, sob o olhar desconfiado das corujas, e dos catadores, procurando registrar tudo o que,  no amanhã, não mais poderemos ver. Por isto a importância da fotografia.  Sorte da lua, que de tão longe, e árida, não possui engarrafamento ... Ainda.


 

2 comentários:

  1. Duas fotos de sonho, querido amigo: a parede e os tijolos, e a da lua com a maré vindo... Penso, ao ler e ver teus relatos, que a angústia tem um bem, gerar poesia. Bj, aproveita aí...

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